‘Succession’ não poderia ser real: 4 erros da série sobre o mundo corporativo
Se você seguisse à risca os negócios da Waystar Royco, certamente poderia ir à falência.
A série “Succession” é um verdadeiro êxito da HBO. Por isso, o título já recebeu diversas premiações, como 13 Emmys em categorias diferentes e vários Globos de Ouro. Além disso, a trama repercutiu muito por sua narrativa, com a competição entre irmãos para substituir o CEO, Logan Roy, dono da empresa Waystar Royco.
No último dia 28, a série chegou ao seu fim, após quatro temporadas de puro drama e comédia. Com isso, diversas análises já foram feitas, não apenas sobre o enredo, mas também indo um pouco mais fundo, observando o esquema de funcionamento da empresa, por exemplo.
Por isso, separamos uma lista com quatro erros que a série apresenta sobre o mundo dos negócios.
4 coisas que ‘Succession’ ensina errado sobre o ramo empresarial
1. Disputa pelo cargo
Segundo o sócio da Lotis Blue Consulting, Aaron Sorensen, um dos maiores erros numa escolha de sucessão de cargo seria tornar a disputa pública. Contudo, como vemos no seriado, a disputa entre os irmãos pelo título de CEO não condiz com o sucesso empresarial da Waystar Royco.
Além disso, não seria possível tal sucesso com o constante jogo de Logan de colocar seus filhos uns contra os outros. Porém, mesmo com esse surrealismo, o consultor empresarial afirma que essa prática é comum em empresas familiares.
2. Plano de sucessão
No início do seriado, o CEO da empresa sofre um derrame, e logo inicia-se um ciclo de incertezas sobre o futuro da figura representante da empresa. Porém, como explica Sorensen, é obrigatório haver um plano de sucessão a ser apresentado para os acionistas, principalmente em grandes corporações. Caso contrário, o conselho tomaria essa decisão.
3. Conselho minuciosamente participativo
Na série, diversas vezes a família Roy se debruça em problemas para tentar convencer os acionistas de alguma decisão, por menor que seja. Porém, na realidade, não é exatamente assim que acontece. Embora haja muitas pessoas com partes da empresa, não seria necessária a aprovação de cada entidade participante.
4. Soberania do CEO
Embora Logan Roy seja o dono e CEO da empresa, a maneira ditatorial como ele a rege na série não faz sentido no mundo real dos negócios. No enredo, por exemplo, Roy simplesmente demite todo o conselho de acordo com sua vontade, porém, tal decisão não funcionaria assim na prática.
Kai Liekefett, especialista em governança empresarial, explica que essa demissão jamais ocorreria. Para falar a verdade, o oposto é muito mais possível que o demonstrado. Contudo, sabe-se que o ar de empoderamento apresentado vale apenas para cativar o público.