Jogo com temática racista é banido pelo Google após protesto de internautas
Jogo 'Simulador de Escravidão' gerou revolta nas redes sociais e internautas se pronunciaram a respeito.
A tecnologia avança rapidamente, abrindo novas possibilidades para entretenimento e interação digital, principalmente com jogos eletrônicos. No entanto, com essa expansão, também surgem desafios éticos e sociais.
Essa semana, o Google se viu no centro de uma polêmica envolvendo um jogo chamado “Simulador de Escravidão”, que permitia aos jogadores realizar atos de castigo e tortura direcionados especificamente a pessoas negras.
Essa descoberta gerou indignação entre os internautas, que compartilharam imagens do game e os comentários sobre o jogo. Diante das fortes críticas e pressões do público, o Google tomou a decisão de retirar o app do ar.
Qual era a proposta do jogo ‘Simulador de Escravidão’?
O jogo, que estava disponível na loja de aplicativos do Google, dava ao jogador a possibilidade de agir como “proprietário” de pessoas escravizadas. Dessa forma, o usuário poderia escolher como iria se comportar: tirano ou libertador.
Se escolhesse ser um proprietário tirano, o jogador teria missões para impedir a fuga dos escravizados e até mesmo as rebeliões. Caso escolhesse ser um libertador, o jogador precisaria lutar pela liberdade deles até que chegassem à abolição.
Além disso, entre as opções de jogabilidade, o usuário podia agredir e torturar os personagens. Desenvolvido pela Magnus Games, o jogo já contava com mais de mil downloads.
Entre os comentários de jogadores, muitos deles reclamavam sobre o game ter poucas opções de formas de agressão.
A Magnus Games relatou que desenvolveu o jogo para o entretenimento dos usuários, mas que condena a escravidão real. O “Simulador de Escravidão” ainda está na Play Store, mas não pode ser mais baixado. No entanto, aqueles que já tinham o aplicativo no celular podem continuar utilizando-o.
Depois dessa repercussão negativa, o deputado Orlando Silva, do PCdoB-SP, declarou em suas redes sociais que vai realizar uma denúncia ao Ministério Público por crime de racismo.
“Entraremos com representação no Ministério Público por crime de RACISMO e levaremos o caso até as últimas consequências, de preferência a prisão dos responsáveis”, escreveu o deputado no Twitter.
“A própria existência de algo tão bizarro à disposição nas plataformas mostra a URGÊNCIA de regulação do ambiente digital.”