Por que o Spotify excluiu músicas geradas por IA de sua plataforma?
Grandes empresas da indústria musical pressionaram a plataforma acerca de ‘streamers artificiais’.
Parece que a “ameaça” da inteligência artificial já está movimentando alguns mercados, que estão receosos dos rumos que ela está tomando. Vimos o embate de designers e pintores frente a ferramenta do Google. Agora, o mesmo embate chegou na indústria musical, que lida com o contexto das músicas geradas por IA (inteligência artificial).
Recentemente, o Spotify removeu milhares de músicas geradas por IA de sua plataforma. A ação foi consequência da pressão de grandes empresas da indústria da música sobre “stream artificial“.
Com o “stream artificial“, robôs são usados para aumentar o número de vezes que uma música é escutada. Como consequência, isso aumenta o valor pago aos seus criadores.
Boom(y) das músicas geradas por IA
Boomy é a plataforma mais usada para criar as músicas geradas por IA, além disso, ela ajuda seus servidores no processo de publicação no streaming – no caso, o Spotify. Dentro desse processo, a plataforma também ganha parte das taxas de distribuição.
De acordo com informações da Financial Times, cerca de 7% das canções removidas do Spotify estavam vinculadas a essa plataforma, a Boomy. Ao todo, mais de 14 milhões de música já foram criadas pela plataforma, o que equivale a 14% das músicas gravadas no mundo.
Isso mostra como é fácil para essas ferramentas criar e publicar suas músicas no Spotify. Isso alarmou empresas e grandes nomes da música, como a Universal Music Group.
AntIA
A Universal Music Group esteve à frente da movimentação para que o Spotify removesse as músicas geradas por IA. Além disso, o grupo pediu para que as plataformas de streaming não permitissem que a tecnologia de inteligência artificial seja treinada e se desenvolva usando músicas protegidas por direitos autorais.
Um caso com os cantores Drake e The Weeknd mostra o alcance das habilidades da IA. Recentemente, a música “Heart on my Sleeve” foi criada por um software chamado SoftVC VITS sem que os artistas tenham feito uma parceria musical de verdade!
O conteúdo só foi removido das plataformas de streaming depois de já ter alcançado milhões de visualizações e streams no TikTok, YouTube e Spotify. Nesse ponto, os seus criadores já até tinham sido pagos.
Se não pode detê-los, junte-se a eles…
Mas, não são todos os artistas que veem as músicas geradas por IA com maus olhos. David Getta e Grimes, por exemplo, decidiram aplicar a tecnologia em seus trabalhos e experimentar essa nova era que a indústria musical está entrando.
Em declaração no Twitter, Grimes liberou o uso de sua voz pelas IAs para a criação de novas músicas. Em um de seus shows, Getta aplicou uma IA para criar uma música com a voz do rapper Eminem. Parece que ainda teremos muita movimentação sobre as IAs nas indústrias!