Mulheres representam 30% das indicações de Cannes 2023

O festival já teve aspectos sexistas muito marcantes.

O Festival de Cannes de 2023 acaba de quebrar um recorde na categoria Palma de Ouro nesta edição. Dos 19 títulos indicados à premiação neste ano, seis longas são dirigidos por mulheres. Considerando a importância da premiação, ver a ascensão de competidoras nessa categoria mostra os avanços do cenário cinematográfico.

O evento que acontece na cidade de Cannes, na França, vai acontecer neste ano entre os dias 16 e 27 de maio. A importância do evento se deve justamente por ser um encontro global para anunciantes, publicitários e profissionais do cinema, o que oferece um espaço plural e acessível para novos produtores e artistas do cenário da sétima arte.

IndicadAs de Cannes 2023

Mas quem foram as diretoras selecionadas para concorrer à Palma de Ouro em Cannes 2023? Então, neste ano temos Alice Rohrwacher (“La Chimera”), Jessica Hausner (“Club Zero”), Catherine Breillat (“L’été Dernier”), Justine Triet (“Anatomie d’Une Chute”), Ramata-Toulaye Sy (“Banel et Adama”) e Kaouther Ben Hania (“Les Filles d’Olfa”).

Além do recorde em mulheres indicadas pela melhor direção, o evento ultrapassou edições anteriores em indicações de mulheres para exibições fora da competição e mostras alternativas, como Um Certain Regard. Entre os 51 títulos anunciados, 14 são dirigidos por mulheres.

Nessa lista está a diretora brasileira Renée Nader Messora, com o filme “A Flor de Buriti”, na categoria Un Certain Regard. E, como filme de abertura da edição de 2023, temos a francesa Maïwenn, com o longa “Jeanne Du Barry”.

Mulheres no Festival de Cannes

Essas seis indicações ao Cannes 2023 são um marco no festival, pois hoje representam cerca de 30% da lista de competidores na categoria principal. Essa importância se deve ao histórico, deveras, sexista do evento.

Por exemplo, nas mais de 70 edições realizadas até hoje, o júri foi presidido por mulheres somente dez vezes. Além disso, apenas duas mulheres conquistaram o prêmio da Palma de Ouro desde a criação do prêmio, em 1955. A primeira foi Jane Campion, por “O Piano” (1993), e Julia Ducournau, por “Titane” (2021).

Assim como o seu par, o Oscar, o festival francês já foi acusado de reforçar determinados padrões de beleza no tapete vermelho. Na edição de 2015, foi relatado que algumas mulheres foram expulsas de sessões por não estarem usando salto alto, como exige o dress code.

Em protesto, em 2016, várias atrizes, como Kristen Stewart e Julia Roberts, passaram pelo tapete vermelho descalças ou de sapatilhas. Com a inserção e o incremento de mulheres no mercado cinematográfico, a expectativa é a de que essa lista fique cada vez mais diversificada.

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