Primeira foto de um buraco negro melhorada digitalmente impressiona; Veja!
Inédito: a primeira foto já feita de um buraco negro teve recentemente suas 'lacunas' preenchidas digitalmente através de Machine Learning.
Em 2019, o mundo recebeu uma das imagens mais importantes para a história da humanidade. Graças aos esforços de diversos cientistas, foi possível capturar a primeira foto de um buraco negro, um dos fenômenos mais intrigantes de nosso universo.
Mas afinal, qual a dificuldade em capturar a foto de um buraco negro? Não basta apontar o telescópio para o céu e tirar uma foto do corpo celeste, tal qual fazemos com as estrelas?
Em uma simples resposta, não! Os buracos negros são objetos celestes de uma densidade e massividade tão grande, que a distorção que eles geram no espaço-tempo atrai TUDO à sua volta, inclusive a luz. Exatamente por isso eles são chamados de buracos negros, pois nem a luz tem capacidade de fugir de sua imensurável gravidade.
Considerando que as fotos são fótons capturados por uma lente que torna possível que os vejamos, então, seja para uma foto, ou para os nossos próprios olhos, só é possível enxergar se houver luz. Sendo assim, para que seja possível “ver” um buraco negro, é muito complicado criar um cálculo a fim de, basicamente, “encontrá-lo” no espaço.
Porém, graças às nuvens de gás brilhante que são formadas em volta do fenômeno, foi possível encontrá-lo e determinar a sua forma.
Essas nuvens de gás são formadas pela matéria sendo puxada a uma força extraordinária, o que consequentemente a aquece em uma temperatura maior que o núcleo do Sol, portanto, gerando esse brilho que podemos ver.
Imagem definida do primeiro buraco negro fotografado
Mesmo que tenhamos conseguido registrar a primeira foto de um buraco negro, isso não significa que o estudo parou por aí. Recentemente, o Institute for Advanced Study revelou a primeira foto de um buraco negro com “melhor definição”.
Considerando que a primeira foto de um buraco negro foi obtida através dos dados de diversos radiotelescópios espalhados pelo nosso planeta, era de se esperar que alguma parte da imagem ficasse “fora de foco”.
Apesar da foto do buraco negro M87* (lê-se: M87 estrela) ter uma resolução extremamente alta, ela ainda parece, para nós, “borrada”. Porém, isso acontece devido à radiação (luz) presente nas nuvens de gás não permitir imagens perfeitas.
O que acontece é que os radiotelescópios juntaram diversas “imagens” em uma, para formar a foto que vemos. Desta forma, alguns detalhes poderiam estar “faltando”.
Sendo assim, recentemente, a pesquisa da astrofísica brasileira Lia Medeiros possibilitou que um software de Machine Learning conseguisse encontrar as “lacunas” na imagem.
Sendo assim, o software foi capaz de estimar quais seriam as imagens faltando e produzi-las digitalmente. Com isso, obtivemos uma imagem mais clara do buraco negro M87*. Na imagem abaixo, podemos ver à esquerda a imagem original, e à direita, está a imagem reproduzida com melhor resolução.
Graças a isso, temos uma menor distorção causada pela radiação da nuvem de gás, possibilitando uma melhor compreensão do centro da singularidade, ou seja, propriamente da parte “negra” do corpo celeste.