Não estamos nem próximos de atingir tempo máximo de vida humana, indica estudo
Jeanne Louise Calmert alcançou o último recorde de pessoa mais velha no mundo, com 122 anos.
Um dos grandes mistérios do universo é a vida humana. Enquanto uns partem com pouca idade, outros chegam a viver um século. Nos últimos 25 anos, o tempo máximo de vida conhecido pela Ciência foi de 122 anos, vividos por Jeanne Louise Calment, que morreu em 1997.
No entanto, estudiosos afirmam que a humanidade está prestes a presenciar um novo recorde, estimado em 150 anos. David McCarthy, professor-assistente de gerenciamento de riscos e seguros da Universidade da Geórgia, disse à Live Science:
“Isso levou as pessoas a argumentarem que o tempo máximo de vida foi alcançado.”
McCarthy desenvolveu um novo estudo ao lado de colegas de profissão. Os cientistas afirmam ter descoberto fatores que revelaram que o recorde de longevidade de Jean Louise será batido dentro dos próximos quarenta anos.
Mas alguns discordam das conclusões do estudo, contaram especialistas à Live Science. Em outra pesquisa publicada em 29 de março, na revista PLOS One, cientistas fizeram uma análise sobre os dados de mortalidade de milhões de pessoas em dezenove países, que nasceram entre 1700 e o final de 1900.
Os estudiosos fizeram um modelo para calcular como as taxas de mortalidade entre pessoas de 50 a 100 anos eram diferentes em indivíduos com variedades de anos de nascimento.
“Neste modelo, supõe-se que as taxas de mortalidade aumentem exponencialmente após os 50 anos e depois se estabeleçam em idades extremamente avançadas”, diz McCart.
“Na maioria dos países que examinamos, projetamos que a idade máxima aumentará dramaticamente no futuro […] Isso fará com que recordes de longevidade sejam quebrados nos próximos 40 anos ou mais”, conclui.
O modelo considera que a mulher japonesa mais velha nascida em 1919 tem 50% de chance de viver até os 122 anos. Já a mulher japonesa mais velha nascida em 1940 tem 50% de chance de passar dos 130 anos de idade.
Fator determinante não está no estudo
O estudo, porém, não leva em conta fatores determinantes para a velhice, como o envelhecimento das células ao longo dos anos e como isso afeta na longevidade das pessoas.
“Embora achemos essa análise demográfica interessante, há muito acreditamos que abordar questões básicas sobre se, quando e como o envelhecimento é interrompido é melhor resolvido por pesquisas com grandes grupos de animais mantidos em condições laboratoriais estáveis”, disseram à Live Science Michael Rose e Laurence Müller, professores da Universidade da Califórnia, em Irvine, que não estiveram envolvidos no estudo.
Stuart Jay Olshanky, professor de epidemiologia e bioestatística da Universidade de Illinois em Chicago, que também não participou da pesquisa, disse que:
“A duração da vida é um fenômeno biológico, não matemático.”
McCarthy assume as limitações de seu estudo e afirma que o modelo simples se ajusta aos dados históricos de mortalidade.