Nova descoberta muda a forma como entendemos a origem da vida
Estudo recente publicado pela Nature mostra fósseis que cientistas acreditavam ser de animais, mas eles são, na realidade, plantas.
Um estudo recente, publicado na revista científica Nature, pode ter mudado a forma como entendemos o surgimento dos primeiros animais do mundo. Para aqueles que desconhecem, existe o Tempo Geológico, no qual classificam-se os momentos pelos quais a Terra passou, conhecidos como Éons, Eras, Períodos e Épocas.
Podemos tomar como exemplo um nome que todos conhecem pela franquia de filmes “Jurassic Park”, ou seja, o Jurássico. Esse é um período localizado na era Mesozoica do Éon Fanerozóico. São nomes complicados, mas caso você faça uma pesquisa pelo termo “tempo geológico”, encontrará uma tabela que ilustra perfeitamente essas divisões.
Mas o importante aqui é que existe uma outra divisão nesse tempo geológico, sendo conhecida como Pré-Cambriano e que vem após o Período Cambriano.
Isso porque o Período Cambriano é o que marca o surgimento da vida no nosso planeta, com os primeiros seres microscópicos que habitaram a Terra e que posteriormente evoluíram até todo o ecossistema que possuímos hoje.
Descoberta acerca dos Briozoários
Como sabemos, a vida no nosso planeta se divide em duas formas distintas: os animais e as plantas. No estudo publicado na Nature, o paleontólogo Martin Smith, junto a toda uma equipe de cientistas, descobriu que as amostras fósseis existentes nos Protomelission gateshousei na realidade não são Briozoários (uma espécie animal), mas algas marinhas.
De acordo com Smith:
“Em vez dos tentáculos que esperávamos ver em briozoários, descobrimos flanges simples semelhantes a folhas – e percebemos que não estávamos olhando para animais fósseis, mas algas marinhas.”
Sendo assim, com as amostras desses fósseis sendo desconsideradas como Briozoários, significa que as primeiras amostras deles somente surgiram no período após o Cambriano, o Ordoviciano.
Essa mudança indica que dentre os “protótipos” animais que surgiram durante o Cambriano, os Briozoários foram a única espécie que não aparece até o período seguinte.
Ainda segundo os pesquisadores que realizaram o estudo, isso pode ser decorrente de, até aquele momento, os Briozoários não possuírem um corpo “duro” ou sequer vertebrado o suficiente para que deixassem fósseis.
Todo problema que envolve não haver Briozoários nesse período remonta ao fato de que muitos fósseis do período Cambriano são característicos de unidades Briozoários, quase como se fossem “primos”.
Conforme explicam os pesquisadores em seu artigo, o qual pode ser acessado aqui:
“Um número crescente de fósseis cambrianos … exibe características que podem ser reconciliadas com uma afinidade briozoária – mas com base no material atualmente disponível, nenhum táxon pode ser interpretado com certeza suficiente para documentar uma origem pré-ordoviciana de briozoários.”